Sou anjo erguido, selvagem na essência
Espelhada no carnal pecado,
Sou homem caído, selvagem por tua ausência
Reflectida num sonho, onde me ergo, mas machucado...
Pesa-me tua indiferença...
Sou anjo selvagem,
Em minhas asas magestosas,
Guardo escrito em palavras vazias,
Os arrependimentos dos meus tristes
E ingratos amanhãs...
Sou homem selvagem,
Em meu corpo, de falsas ilusões despido,
Carrego como forçada tatuagem,
o vazio de meus dias...
Por ti amor, sinto-me de mim perdido,
Para me encontrar em silhuetas
Entre ser anjo ou homem selvagem,
Indiferente assim a toda a inútil crença...
Paulo Alves