Luso-Poemas
 
Poemas : 

Não esquecimento

 
Não resumo a um nada apenas,
a primeira pedra que julgar
na senda ver brilhar,
entre recortes de luz
e a opulência do triunfo.


Tão pouco me defino
em um só paradigma do viver.
(…contudo, também não sou
cão de caça em chamas
de uivos fáceis…)

Todo o existir
sepulta seus equívocos
em uma diagonal somente,
mas, sei que a lua
é amante de um tempo triste,
e que as horas têm faro
nos dedos que mastigam filhos
dentro de mim, silêncio,
- a seda da família
no rito
de uma mãe fecunda
às primeiras sílabas de um dia mouro…

http://lampejosmorenos.blogspot.com/

 
Autor
José António Antunes
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Enviado por Tópico
anonimuzz
Publicado: 09/11/2009 19:31  Atualizado: 09/11/2009 19:31
Muito Participativo
Usuário desde: 29/10/2009
Localidade:
Mensagens: 91
 Re: Não esquecimento
Um bonito texto. Muito agradável de ler.

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 09/11/2009 22:09  Atualizado: 09/11/2009 22:09
Moderador
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 11354
 Re: Não esquecimento
«A lua é amante dum tempo triste»
Mas sem dúvida inspiradora de boa poesia.

José, também já conheço bem a tua poesia, ainda que não estivesse identificada a reconheceria.

abraço
fica bem
rosa

Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 09/11/2009 22:54  Atualizado: 09/11/2009 22:54
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: Não esquecimento
"Todo o existir/ sepulta seus equívocos/ em uma diagonal somente" bastava estes versos, sentidos, densos, para evidenciar o que não é o ser: unidimensional, autista...

abraço fraterno
arfemo

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