Poemas : 

Ensaios de uma gincana erótica (sonetos)

 
Amarra-me as mãos, não deixe que eu lhe toque
Instiga-me, faça-me muito mais lhe querer
Aperta-me contra teus seios e me sufoque
E com seu olhar, venha ao meu corpo percorrer...
~
Venda-me, faça com que eu não consiga lhe ver
Perfuma-te, fazendo com que pelo quarto eu te siga
Mas não me deixe lhe agarrar, pois quero enlouquecer
Tentando encontrar há este corpo que me abriga...
~
Pois depois usarei meus lábios como ferramentas
Sendo envolvente, e mais picante que a pimenta
Depositando meus beijos nos confins de teu corpo...
~
Mas se ainda achares muito pouco
Vasculharei a sua identidade feito um louco
Deixando-lhe por desejos novamente sedenta...
~
Dispa-se então, mostra-me este teu mundo
As estradas sinuosas que percorrerei sem me cansar
Serei um cosmopolita em seu prazer profundo
Nesta qualidade em que me faz te amar...
~
Pois quero entre meus afins, a tua bunda e coxas
Em movimentos circulares quando nos encaixarmos
Com menta na saliva, e minhas mordidas te deixando roxa
Numa plenitude, quando então o apogeu alcançarmos...
~
Eu quero que tu venhas comigo nessas loucas horas
Cavalga-me então, crava-me tuas esporas
Enquanto sorvo os teus seios, alucinado...
~
Agarra-me com as pernas, bem apertado
Que eu sigo em você ainda encaixado
Até que no horizonte surja a aurora...
~
Então me morda aos lábios bem lentamente
Peça-me que eu lhe agarre de frente, agarre-lhe por traz
Pois vou beber a água pura de tua vertente
Mostrando que minha língua também lhe satisfaz...
~
Mesmo que seja oral, ou até mesmo intuitivo
Quero o nosso suor em plena intensidade
Lubrificando nossa pele, fazendo-me tão vivo
Onde alcanço em ti, toda a minha cumplicidade...
~
Pois teu corpo é meu eterno desatino
A qual eu selarei para sempre o meu destino
Focalizado por tua suave transparência...
~
E mesmo que eu haja por conveniência
De tua alma farei a minha residência
E de tua voz farei o meu hino...
~
Provoca-me então novamente se puder
Ensina-me aos teus atalhos tão saborosos
Quero uma, duas, três, tudo o que vier.
Quando me defrontar com estes seus jogos perigosos...
~
E diante o espelho, onde nossa imagem se clausura
Não consigo me conter com tamanha excitação
Então como cavaleiro, eu desfaço-me da armadura
E finco-lhe minha lança, para lhe dar satisfação...
~
Só assim minha pele confabula com a sua
Fazendo sussurrar os pelos e a carne crua
Todos os sabores, malicias e pensamentos...
~
Aqueles que fluem nos bons momentos
Fazendo-nos calar sem argumentos
Por reverenciar a pele nua...
~
São ensaios de uma gincana erótica
Onde o apelo é um engodo irresistível
Se forem travessuras, depende de tua ótica
Que mira reticente, a este jogo aprazível...
~
Que num voyeurismo, estimula-se com nossas silhuetas
E elas zombam encarnadas, figuradas na parede
Tão estranhos movimentos, tão diferentes facetas
Bebendo de maneira oculta, o licor que mata minha sede...
~
Então neste vai e vem, sinto-me ressumando
E suas unhas em minhas costas o couro rasgando
Quando este orgasmo entre nós se perdurar...
~
É de uma intensidade de fazer chorar
Pois neste deleite, vejo nossas lágrimas derramar
Pelo jogo de prazer, ao qual estivemos brincando...

 
Autor
marco_ramos
 
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Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 30/07/2007 14:17  Atualizado: 30/07/2007 14:17
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Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: Ensaios de uma gincana erótica (sonetos)
Markito! Markito!

Fiquei totalmente sem ar ao ler-te.
Assim num poema tão envolvente, das delícias de desfrutar de um bom prazer.
No apse do sentir, pareceu-me vivenciar, na lembrança de estar assim.

Essa brincadeira, foi-me maravilhosa.

Beijinhos