Poemas : 

Da plenitude ao rastejar

 
Voam as múltiplas cores
Em borboletas nessa paisagem
Outrora larvas por entre as flores

Saltam sem dissabores
Perpetuando a bela imagem
Que envolveu muitos amores

Chove entretanto um pouco
De forma um tanto discreta
Neste mundo que está louco

De tanto gritar fiquei rouco
Ilógico por tanta e tanta treta
Que da surdez fiquei mouco

Não há sol por estas bandas
Num tempo que era o seu
Num cheiro que daqui tresandas

As conversas tornam-se brandas
Quem tem razão não sou eu
Por entre temáticas quejandas

Omitir uma opinião
Pode ser absurdo
Fica-se com a sensação
De entrar e sair mudo
Mas levá-la à exaustão
Torna o ambiente sisudo


António MR Martins

2010.06.10


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
luciusantonius
Publicado: 10/06/2010 21:33  Atualizado: 10/06/2010 21:33
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 Re: Da plenitude ao rastejar
Bem elaborado poema que traduz a inconstância do comportamento dos homens entre si.

Um abraço
Antonius