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riscar o que não interessa

 
há uma voz arranhada
na vontade: docilidade
disfarçada ou fúria
aguardando vez.

(e a terra toda feita
para comer sem mapas
nem regras nem rotas)

lá fora: um papagaio
rasgando mares.


 
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folhato
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/07/2010 20:52  Atualizado: 05/07/2010 20:52
 Re: riscar o que não interessa
Podes continuar a riscar que riscas bem e eu gosto
abraço
nuno

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 05/07/2010 20:53  Atualizado: 05/07/2010 20:53
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 Re: riscar o que não interessa para folhato
o título é perfeito.e o resto interessa-me,por ser como a vida,interessante e muito variada.o poema revela um olhar atento e original.
melhor não riscar nada.

beijo

alex

Enviado por Tópico
AuroraRosado
Publicado: 05/07/2010 21:17  Atualizado: 05/07/2010 21:17
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 Re: riscar o que não interessa
Gostei muito deste poema, pois é um desafio interpretativo. Li-o assim: mais cedo ou mais tarde, a vontade tem de escolher (logo, de riscar o que não interessa) e optar entre ficar presa a regras ocas (os mapas) ou voar livremente como um papagaio.

Muito bom, parabéns!

Bj

Enviado por Tópico
LaRoche
Publicado: 05/07/2010 22:50  Atualizado: 05/07/2010 22:51
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 Re: riscar o que não interessa
Arrisco uma leitura, começando pelo fim :)

lá fora: um papagaio
rasgando mares.


Lá, fora de mim, quase liberto, um papagaio (de papel) voa mais alto e vê mais além sem medo (rasgando mares).
Os receios podem ser oceanos intransponiveis.


(e a terra toda feita
para comer sem mapas
nem regras nem rotas)

A terra, a vida, é para ser vivida.

há uma voz arranhada
na vontade: docilidade
disfarçada ou fúria
aguardando vez.

Há uma premencia de liberdade, uma vontade de sair voando, uma força que se acomula, alheia à pequenez dos mapas.

Gosto dos poemas que me fazem pensar.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2010 21:11  Atualizado: 06/07/2010 21:11
 Re: riscar o que não interessa
Este poema é língua, sobretudo língua. Língua e boca. Engraçado como as palavras se enrolam.