Crónicas : 

AMIGO ESSE SER EM EXTINÇÃO

 



Ter um amigo é um acto de responsabilidade a que nem todos estão aptos a suportar, por falta de tempo ou de interesse.
Cada vez é mais difícil encontrar amigos a sério que se comprometam com os outros, é mesmo restrito a componente de dois amigos que se entendam e compreendam e aceitem o seu amigo como ele é, com suas coisa boas e menos boas, sabendo de antemão que ninguém é perfeito e que o ser humano é passível ao erro, por mais que tentem crescer e aprender a julgar-se e a agradar ao seu amigo.
Não falando de amigos mas de vizinhos, estes comportam-se como anti sociais e avessos a serem nos outros o que eles gostam que sejam para eles. Não há mais o simples “bom-dia” ou o “cumprimento de mão”, ou sequer um “olá, como está?”…. Vandalizaram a palavra amizade e não raras as vezes é a falta de bom senso que comanda o dia-a-dia dessas pessoas, arranjando zaragatas por tudo e por nada e por conseguinte o deixarem-se de falar mutuamente e em definitivo. Se já era difícil o relacionamento este tornou-se insuportável, pois as pessoas vivem para caírem nas boas posses dos outros, os ricos ou os que têm mais que eles, e engalfinham-se até conseguir mostrar que também possuem os requisitos necessários a entrar na
média, alta sociedade. Não importa que passem fome em casa, que andem sempre com a mesma roupa o que interessa é ter um carro e ir passar férias aos lugares mais dispendiosos. No reverso da medalha está viver a vida ao desbarato
e sem bom gosto nenhum, que os compare àqueles que eles tanto anseiam. A mim parecem-me palhaços sem graça nenhuma, com todo o respeito pela linda arte de ser palhaço, esses que riem chorando e de uma grande entrega total, humildade e altruísmo. Os amigos de hoje em dia são os chamados amigos da onça que choram lágrimas de crocodilo ao degustar esse preceito tão bonito que dá pelo nome de amizade. Há determinadas causas que fazem com que os amigos sejam uma raça em extinção, e nelas se conta o pouco empreendimento para cimentar essas boas relações. Tudo isto é subjectivo e é uma opinião própria mas
contam-se pelos dedos de uma mão os verdadeiros companheiros. Aqueles que despem a sua camisa para dar ao amigo num alto grau de significação. Vão-se os dedos ficam os anéis, de pechisbeque diga-se, pois não têm dinheiro para se compararem aos seus ídolos, falo dos novos-ricos.
E é por isto que se perdem os amigos? Mal aventurados sejam e que lhes seja negada a máscara da falsidade e do egoísmo e cobiçoso desempenho, dos que
tentam a todo custo parecer-se com o que nunca virão a ser.
Lembro-me ainda muito bem de ir de férias com os meus amigos e os amigos dos
meus pais, a felicidade que era, por um ter carro que nos levasse até onde chegasse o sempre parco dinheiro. E divertíamo-nos e gozávamos e um sorriso sempre se desprendia dos lábios, tal o bom entendimento e a sensação inimitável que é ter amigos. Cresçam e aprendam criaturas cobiçosas!

19/07/10
Jorge Humberto


 
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