Decadência
No tempo que passa e descai,
Decadência
Na teimosia
Insistência
Que teima em teimar!
Não me venham cantar
De pala no olho
Do orgulho de outrora,
Dos amores de Alcácer-Quibir
E dos pinhais fantasmagóricos
Que surgem aqui e ali,
Como gangrena sonolenta.
Se é cantar por cantar,
Cantem a decadência de hoje
Que o efeito é semelhante
Ao passado decadente
Que caiu hoje
Por estas bandas.
Deixem-no escorrer
Para deitar a sua essência putrefacta
Sobre nossos corpos,
Para gáudio de ninguém,
Que toca piano lá em cima,
No sol dançante,
Aguardando a nossa chegada.
Podiam ser amores,
Países,
Cicatrizes de um chão fechado
Por abrir.
É simplesmente redundância
Do nada repetido
Até à exaustão,
Cantado até à podridão,
Para todas as causas,
Intenções
E acções destas terras
D´el Rei Ninguém!