Poemas : 

Deus, este menino sorridente...

 
Tags:  vida    Deus    destino    inércia    no sense.  
 
...e pela estrada a vida não para
nesse passo de navegação inercial...

A mesma tendência ao movimento
desde o principio até ao final.


É o que nos prende, deixa lento.
É o que impulsiona em voraz movimentação.
É o que nos faz seguir
se não há o que nos pare
é o que nos faz andar
subir morro, galgar vale.

E por nós mesmos não andamos
E por nós mesmos não seguimos
apenas os anos humanos
é que marcam o trajeto
do que enfim conseguimos.

Há o futuro, projeto incerto
Há o passado que exibimos,
como se fosse concreto.
(quiçá correto)
o atestado que enfim existirmos.

Incólumes nessa massa néscia
sem fundamento, sem razão
navegamos pelas orbes da vida
que nos joga, em inércia
movimentados por alguma mão.
impulsinonando-nos ao nosso destino,
sem pena, sem comiseração
Como quem joga bolita
com cara de moleque sorridente
sem perguntar se é feia ou bonita
a trajetória da bolita, em forma de gente
e brinca, saliente, até o fim do jogo
até a hora de ir-se, a rir-se,
feliz contente...


E assim me parece Deus
a controlar o destino de suas pequenas sementes.


Ana Lyra

 
Autor
anakosby
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1650
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
JOSÉMANUELBRAZÃO
Publicado: 26/08/2010 15:46  Atualizado: 26/08/2010 15:46
Colaborador
Usuário desde: 02/11/2009
Localidade: Lisboa, PORTUGAL
Mensagens: 7775
 Re: Deus, este menino sorridente...
Gostei do teu poema Ana!

Beijo do ZÉ

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2010 15:51  Atualizado: 26/08/2010 15:51
 Re: Deus, este menino sorridente...
Detive-me neste poema. Para o poder ler e reler, com olhos, cérebro, deixando que ressoasse bem fundo no meu espírito.
Acabei por me render à sua dinamogenia espiritual, ao teotropismo que se percebe em cada verso.
É que eu também sou assim. Qual girassol, saído se um semente pequenina ando sempre de cabeça voltada para o sol que é Deus, nas suas infinitas manifestações em procura de uma revelação, por mais insignificante que seja. Será, quiçá, a razão de ser poeta.
Comungo consigo desta iniludível espiritualidade.
Poemas como este dignificam o site e fazem-nos continuar por cá.
Aplausos.

Bj