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Um sem Nome

 
Sem saber de onde vinha
Chegou, assombrado com tantas luzes
Eram tantas as visões que,
Abismado, se timidou no beco da rua
Ali, sozinho e escondido da noite
Enrolava-se no frio que lhe tremia
E a noite por ser noite não brilhou
E deu lugar ao dia
Que num breve e cínico açoite
Pereceu, dando lugar à noite
Open in new windowE o pobre ali sozinho, sim, o tal
Que esquecera o seu caminho
Percebeu que havia o dia
E quando este acordou
Tal pobre, pegou uma correria
Até que depressa chegou
Ao fim do dia

Aos tambores da noite
E aos gritos silenciosos da madrugada
Aqueles que afligem de não dizer nada
Aqueles que atropelam a sua caminhada


E o pobre, determinado,
No beco ficou parado

Era o SENHOR da agonia
O PROPRIETÁRIO da má sorte
O PATRÃO da miséria
Era o pobre, o REI da morte

Sem saber de onde vinha
Do nome vagabundo à sua mercê
Do nome pouco que nem tinha
Pereceu sem saber porquê


poeta_das_ilhas
Sustentação e Reflexões


(Nelson Medeiros)
 
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poeta_das_ilhas
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/08/2012 22:53  Atualizado: 16/08/2012 22:53
 Re: Um sem Nome
Pronto, agora correu mesmo uma lágrima...

Parabéns!

Felisbela