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TEORIA DO EGOÍSMO

 
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Abro os olhos,
Sem a noção de que nasci
Trago comigo
Algumas condições genéticas
Que não as pedi.
Recebo muito carinho
Que timidamente colecciono
E num pleno desenvolvimento
Das minhas potencialidades
Não mais dele abdico.
Começo a construir-me
A criar...
O meu património intelectual
Associado,
À vertente da sobrevivência.
E tudo acontece
E quase nada acontece
É quando passo por mais um processo
Da organização e estrutura da mente
Que é amplamente difundida
Socialmente.
Entro por caminhos...
Ou por ruas
Antecipadamente baptizadas
Cultura, meus conhecidos
Sentimento, meus amigos
Ideologias, meus estranhos
Pensamentos, meus desconhecidos
Então...
Os estudiosos chamarão...
Teorias sociológicas
E eu não sinto
E eu não quero
E eu não sei
Para que mundo me empurrei?
Em que esquema estarei inserido?
Haverá algum fenómeno constrangido?
Ou estarei em conotação ideológica
Socialmente reconhecida?
Não!
Não se esforcem para responder
Não quero respostas.
Dêem-me,
Uma profunda analise descritiva
Sem emoção
Sem frustração
Sem narcisismo
E até sem fundamentalismos
De quem não é como eu!
Desculpem-me...
Abro os olhos,
E procuro o que me interessa
Abro a mão,
Para poder tocar no que quero
Penso sem a razão
Porque a razão nem sempre é minha
E eu não a quero partilhar
Com alguém.
É por pouco, ou por tanto
É, e não a quero.

Pratico o bem
Não por ti, nem por ninguém
A não ser por mim
Ajudo quem posso ajudar
Não porque precisam
Mas porque me faz sentir alguém

Sou tão óbvio...
Que ninguém pára para olhar-me
Porque ninguém já se olha
Somos todos iguais
Muito mais iguais, até nos inconscientes
Nas partes escondidas,
E nada se explica
E tudo se explica
Nos actos são sinónimos
De artes perdidas
De corpos esquecidos
Perdoem-me...
Se vos contrario,
Se vos dispo
Se vos acordo
Ou se vos adormeço.
Perdoem-me simplesmente...
Não vos mordo,
Não vos ataco,
Não vos aleijo,
Fisicamente é claro
Nem tal quero
Mas se moralmente
Vos aqueço ou arrefeço
É porque têm consciência
É porque algo acontece,
E é claramente porque
Tudo tem explicação
Com a amplitude
Que lhes queremos dar,
Não me gritem
Porque já sei
Que não vos mereço.


Escrevo…para libertar as personagens que não consigo Ser!
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http://catalogoluademarfim.blogspot.pt/

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Autor
Paulo Afonso Ramos
 
Texto
Data
Leituras
1974
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