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Vozes roucas

 
Não vale a pena remar contra a maré.
Da gente se faz nada, sem brio mas com garra
para que o povo possa sentir os pés no chão.
As vozes são poucas, abafadas e roucas,
despedem-se dos corpos vazios e discretos
e perdem-se nas estatísticas e na publicidade.

Atrás de uns e de outros circulam os devotos,
soldados paridos de uma pátria de renegados
que se esfregam nos altares da inquisição.
Acima de tudo isto (livre de qualquer suspeita)
espreita Jesus Cristo, deus-homem ressuscitado
nas finanças, na biblioteca e na televisão.

Alexandre Reis
publicada em Salobrear

 
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