Sonetos : 

Falácia

 


Quero pintar palavras em desejos,
Sufocar fraqueza, ser só eu
A viver a certeza, sem mais véu,
Só respirar vontade em meus ensejos!

Quero sentir o beijo sem o ter,
Sugar a sensação, todo o prazer,
Fortalecer, medir o amor já morto,
Sofrer num turbilhão, escrever torto!

Vou extorquir minha mente do real,
Transferir minha vida ao funeral,
Expelir numa só partida triste!

Fui uma personagem destemida,
Incendiei na margem a saída,
Voei numa pluma e tu riste!

António Botelho


Há muito que meus tons melódicos poéticos não se gesticulam em escrita ou sapiência mental, pois eis que o amor chegou e a poesia abafou...

 
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antóniobotelho
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/12/2010 14:47  Atualizado: 29/12/2010 14:47
 Re: Falácia
Um soneto racional, de forte timbre, quase epopeico.
Produto do talento. Bem merecia ser discutido, fora da mediocridade prevalecente do Luso.

Aplauso

abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/12/2010 15:59  Atualizado: 29/12/2010 15:59
 Re: Falácia
Úm poema todo intenso, as vezes precisamos extorquir nossa mente e coração, sepultar o que não é bom!

Beijo grande e um abençoado 2011.


Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 29/12/2010 17:02  Atualizado: 29/12/2010 17:02
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 Re: Falácia
Imagens de leveza e procura num bom soneto.

Beijos


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 20/01/2011 23:53  Atualizado: 20/01/2011 23:53
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 Re: Falácia
António,
Não há como não apaludir o teu soneto.
Beijo
Nanda