Sonetos : 

Haraquiri

 
Dulcíssima prisão ou vil castigo?
Não sei dizer ao certo. Eu lhe juro.
De vez em quando, claro. Outra, escuro;
Impávido relento, cálido abrigo.

Perfeita emoção, razão insana.
Grilhão que me tortura, mão que carinha
Por hora, leve, solta, comezinha,
Por outra, colossal e sobre-humana.

O tênue fio onde se caminha;
O divisor de águas, ínfimo muro
Por onde, andar ligeiro, aprendi.

No fruto cobiçado dessa vinha
Encontro o veneno ou me curo.
Insano e imperfeito haraquiri.


Frederico Salvo


Direitos efetivos sobre a obra.
http://pistasdemimmesmo.blogspot.com/

 
Autor
FredericoSalvo
 
Texto
Data
Leituras
831
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
9 pontos
1
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 11/01/2011 00:40  Atualizado: 11/01/2011 00:40
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: Haraquiri
Belo soneto Frederico! com ritmo e rimas ricas.
bjs