Poemas : 

ENQUANTO É NOITE EM MINH’ALMA

 
Tags:  introspecção  
 
ENQUANTO É NOITE EM MINH’ALMA
 
Eu olho, enquanto sigo, a antiga sombra
que andeja no meu passo,
a sombra minha -
projeção de ser volante,
coisa entre as coisas que o tempo espezinha.

Arte a amoldar-se no fumo nas furnas,
crença a evolar-se do sangue na arena,
foge entre as pernas que dançam na noite,
mergulha nas águas que a guerra envenena.

Perdida no tropel dos séculos que avançam,
ressurge aqui e ali, num ou noutro país.
Ergue-se da estrada de Damasco.
Treme entre os lampiões de Auschwitz.

Acorre ao átrio do Templo de Delphos.
Queda ao pé da esfinge milenária.
Em tudo a encontro, me segue,
como se necessária.

Segue-me, inevitável.
Vara comigo a neblina.
Até que a noite em minh’alma
ao sol descerre a cortina.
Porque não projeta a sombra
o ser quando enxerga em círculo
e, por sua vez, ilumina.


Sergio de Sersank
Visitem meu blog literário "Estado de Espírito"
http://sersank.blogspot.com

Poema de Sersank (Do livro "Estado de Espírito")
 
Autor
Sergio de Sersank
 
Texto
Data
Leituras
1164
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.