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Coisas sujas

 
Coisas sujas,

Putrefactas, contudo,

Expostas, bem à vista

Sacos de entulho, restos de obras

Que se amontoam por todo o lado.

Que raiva.

Envergonhados, alguns…

Não vale a pena...

A cegueira é subjectiva.

Chamam-lhe coisas

MUITOS ISMOS e religião…

Mas a verdade é que ninguém quer ver

nem saber.

Há DISTINTOS rótulos,

Tantos quantas são as falsidades

Apregoadas aos ventos

Temperadas com laivos de arrogância,

alguma estupidez e bastante ignorância,

que à força de repetidas

lá se tornam em verdades,

Eis a massa de que são feitas as nossas casas

Os nossos lares…

Decepções. Humilhações.

Violências diversas…

Frustrações.

Televisões. Interligações.

Vivem connosco no dia-a-dia,

Placidamente,

num fatalismo já manhoso.

Há novas doenças a nascer

e velhos doentes a morrer.

Cada vez mais rapidamente.

O mundo é dos vírus.

São eles a raça dominante

secundada pelos parasitas.

Imprestável bicho homem

que já nasce a perder.

Nem nunca irá sair dessa condição.

O tempo nem é nosso para o perdermos...

E tu… Aí nesse lado,

Vermes negros, esguios, roem-te o cérebro…

Alimentam-se de ti até seres,

apenas,

A concha vazia de um labirinto de túneis ocos.

Porque o nada não existe,

És o teu próprio fantasma

Num mundo povoado por sombras

Iguais a ti. Vais ver.

Não tens ninguém.







Incipit...

 
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Vilians3
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 17/09/2011 17:51  Atualizado: 17/09/2011 17:51
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Mensagens: 6963
 Re: Coisas sujas
um pessimismo realista
para um poema intervencionista.

Saudações!

_Abilio