No silêncio da noite...saía caminhando
Sem saber onde ia...apenas seguia...
Meu triste destino cumpria.
A cidade dormia, tranquilamente. 
Eu não conseguia, o sono conciliar.
Apenas andava, errante...
pelas ruas desertas, sem destino.
Como sem destino ficava, errava...
andando nas madrugadas... 
madrugadas a fio.  
Lembro quando te perguntava:
Onde estavas? onde andavas? 
Me lançava um desafio...
- Sai e vai me procurar?
- Nada faço de mau, apenas gosto
de curtir as madrugadas. 
Agoniada por tanto te esperar.
Enfrentava a noite escura.
Onde houvesse um bar,
uma janela, uma porta, entreaberta.
Se ouvia um burburinho espreitava,
Esperava,  muito atenta, 
ouvir o timbre da tua voz.
Caminhada inútil, 
o frio a me congelar.
Desatino meu,  que desvario...
Perguntava, aos brios meus?
Por que procurar ? Quem não quer se
deixar achar? 
Cabisbaixa, entregue ao meu destino sem par...
Voltava ao velho lar,
envolta em triste agonia,
aguardar  o teu retorno,
em mais uma noite de vigília.
Fadinha de Luz 
 
                
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)