não sei se foi ontem
(ou se será amanhã)
mas um pássaro pousou
nos meus dedos da infância
e eu
o puto do costelo
deixei-o ficar por ali
pousado debicando
ao de leve a carne
marcando o ritmo do poema
lembrei-me
há que ser inocente
para saber
o que vale cada instante
Xavier Zarco