Desejo saber das caminhadas na areia das praias.Sobes rochedos ou serras? Ainda continuas a banhar-se no açude cheio, debaixo do sol? Os primos daqui, disseram que não perdes as missas no Dia de Finados.
Olha,não creio mais nas histórias inspiradas nos cabelos assanhados de Maria Bonita e no fogo das velhas espingardas de Lampeão.
O Nordeste tá mais bonito, meninas usam tablets na escolas, nas quadrilhas de São João, velhos não conseguem mais entrar. É preciso ter fôlego,porque o ritmo agora tá mais acelerado.
Não aprendi dançar forró ouvindo guitarras. Só ouço as notas tiradas da sanfona,o pulso forte batendo zambumbas e o tilin-tingo-tingo do triângulo.
Ainda rezo para São José,choro nos festejos Juninos.As saudades foram se acumulando nesses anos todos.Pouca chuva,o gado morrendo.Ouço ainda o choro das cabras na hora do abate.O pouco que temos,foi vendido, para escaparmos do aperto e da carestia.
Continuo à espera de uma boa chuva.
Envio um abraço bem apertado.
Do primo e amigo Tião.
Poemas em ondas deslizam nas águas.