Poemas : 

Igrejas temporais

 
.


Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.


Pensativo silêncio
A bactéria do gesto robótico
Embebida no cálice sangue.

Igrejas temporais
Vagueiam pelo tempo
Mendigando a fé dos homens
Espalhando penitências
E angústias desde o cenáculo.
Contas de abusos seculares
Espalhadas entre a procissão

O rebanho segue o cego.

Sofrido silêncio
No virar da face santificada
A bater vezes no peito.

Os devotos altares
Erguidos sobre a carne que é pão
Na indiferença do luxo
E da mão a dividir o corpo
Por uns joelhos coçados
Na peregrinação da promessa vã.

Que chorem os homens
A fé também consome vida
E aquelas batinas de santo
Com bordados de ouro
Não querem saber de milagres.

 
Autor
silva.d.c
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1029
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/06/2012 18:40  Atualizado: 03/06/2012 18:40
 Re: Igrejas temporais
pois é... as bíblias que o vinho tem
e o santo sempre teve pés de caco, que Deus me perdoe
e deve perdoar porque nem ele acredita em santos assim; com certeza.
é um belo poema, é um assunto que dava para umas horas de conversa
porque a fé dos homens não é tão linear como se pode pensar
gostei mesmo, parabéns
abraço