QUADRA DO FUTURO É...

O futuro é esse “segundo” que “está sempre à nossa frente” e que, uma vez quase-alcançado, voltará a estar à nossa frente num novo “segundo” que se tornará outro novo “segundo” e se erguerá como um outro novo “segundo”… sempre, “sempre à nossa frente”.
Poderemos andar a passo rápido, a correr ou, até, a jacto, que de nada nos servirá porque esse futuro – que “passa de repente” - passará “de repente” por nós, estendendo-se à nossa frente, sendo “tão incerto, tão profundo” que, de segundo em segundo, nos vai marcando sob a forma do passado em que entretanto se converteu “por mais que” passemos por ele, rasando-lhe, nunca, nunca o alcançando.
Porém, o seu lado “incerto” não nos deixa adivinhar o que será até que seja e, nesse instante, deixará de ser ele mesmo, um futuro, para ser já passado ou presente (também esses passando “de repente” por nós).
Um poema que é uma flecha que seguimos no seu movimento, sabendo, a priori, que nunca a havemos de atingir. Nem a ela, nem ao futuro que ela representa. E, contudo, perseguimo-lo até ao último verso.

...e então, podemos afirmar com acerto, de que o futuro é agora!

Bom sábado, pra ti.