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AS LABAREDAS

 
Ao redor do fogão
o garotinho
olhava as labaredas admirado,
encantado
É que elas eram vivas
vivas por um pouco
remoto tempo
Era muito pouco
o tempo de vida
daquelas chamas
que em línguas bailavam
Mas o suficiente
para exercitar
sua pequena imaginação.
Nisso...
via figuras estranhas
que pareciam
ser de outro mundo
via bicho
via o bicho,
via bicho ruim
via assombração...
As mesmas com que sonhou
a noite passada
quando quase caiu da cama
acordou molhado,
ensopado
saiu correndo
pra ninguém vê
Lembrou quando sua mãe
que, aos berros gritava:
"Mexe com fogo não minino
ocê vai mijar na cama!"
... Lembrar, lembrou
mas a magia das labaredas
tanto o fascinou
que voltou
E como um poeta
tentando decifrar
os encantos da natureza
ele, o menino
de olhos arregalados
e atentos aos movimentos
continuou a contemplar
a figura que o deteve, pasmo.


 
Autor
Mandruvachá
 
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Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 31/12/2014 12:02  Atualizado: 31/12/2014 12:02
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Usuário desde: 29/08/2009
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Mensagens: 8560
 Re: AS LABAREDAS
Um poema todo ele, belíssimo, fluente, natural, como a chama que crepita da lenha no fogão. E, ao meu sentir, vem assim, docemente, cheio de magia, igual ao olhar do "minino". Lindo demais , poeta. Parabéns !

Feliz Natal...Beijinhos...