Poemas : 

Fantasmagórica

 
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Trocar de pele.
De vez em quando
viver outro mundo interno
mesmo que mentira,
entranha.
Respirar por pulmões
que não os seus,
os ares são outros.
No espelho,
reflexos de miragens alheias.
A pílula de alho, curando tudo.
Eu, crudívoro, em outro corpo.
Somos fantasmas,
impostores do plasma
da carne de outrém.
Ressuscito em cada suspiro
que me convida entrar.
A fumaça do cigarro
é minha dança preliminar
antes que,
penetra,
penetro o ser além.
Lado oposto da ponte
eu-outro,
congestionada,
em manutenção.
A lua fugiu de mim.
A minha carne crua,
esfolada no meio da rua.
Os fantasmas se divertem
com os rugidos dos leões
diariamente assassinados
por nós.

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Autor
thiagodebarros
 
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