Poemas : 

«A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER»

 
Ressonância íntima, depuração
mágoa, tempo vazio, no qual o eu repousa.
Anseio, projecção, sentir,
elegia, relapso, encontro
e tudo é:
«efémero», «instante», «fremir»,
«sedução», «carência»…
Íntimos recantos, que dão lastro
à insustentável leveza do ser!

No silêncio ergue-se uma voz pura, intimista
canta o despontar da crisálida
com o onirismo da natureza simbólica
vem lentamente como uma brisa que passou
um desafio de luz, na escuridão
um turbilhão de lava, na secura
que me vai engolir trago a trago.

Sinto uma pulverização do eu
um prolongamento do meu ser
com o seu corpo a escrever no meu
sonhos, medos, audácias
pelas esquinas rudes e curvilíneas
de um lago de lodo escorregadio
onde me deixo esvair.

O amor liberta-me do mistério labiríntico
expulsando enigmas, contradições
rasgando comoções que me iluminam e assombram.

 
Autor
MarisaSoveral
 
Texto
Data
Leituras
917
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/07/2013 23:33  Atualizado: 23/07/2013 23:33
 Re: «A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER»
O amor nos liberta, nos deixa mais solto para o mais puro amar. O silêncio diz um todo, maravilhoso poema