Poemas : 

Devotos do Amor - cap. III

 
DEVOTOS DO AMOR
CAPÍTULO III
O sequestro
Dia seguinte Thiago e Christian se encontravam na escola segundo haviam combinado, no mesmo lugar do dia anterior.
- Ei, cara, o que está havendo em sua casa? – Chris interrogou.
- Coisas que me envolvem com meu irmão – Thiago respondeu.
E tudo revelou a Christian sobre o sucedido do dia antecedente, contou-lhe nos mínimos detalhes.
- Perdão – perdão Chris – Este seu irmão é um miserável, porém tenho minha parcela de culpa, pois, fui chamá-lo para ir à minha casa.
- Que é isto? – Falou Thiago – você não tem culpa de nada, por favor – porém ele me pagou com juros e correção e no mesmo dia.
- A justiça tarda, mas não falha. Sensacional a sua resposta. Incrível foi a bobeira que ele deu, não trancando a porta do quarto. – Completou Chris – Sua atitude não poderia ter sido outra e o sacana em tudo isto foi ele, não você, porque tudo se iniciou pelo ato de covardia que ele cometeu.
- Também penso assim. Se ele não tivesse me entregado na hora da janta, igualmente eu não o daria ao nosso pai como dei. Foi uma questão de eu estar com a cabeça cheia.
- Passou... Por que não esquece esses incidentes? – Pediu Chris – Ontem você me chamou de irmão e eu fiquei tão contente...
- Você é que devia ser meu irmão, não aquele traste...
Deram um longo e afetuoso abraço, depois retornaram às aulas, o intervalo havia terminado.
Voltaram a encontrar-se na saída e, juntos, encaminharam-se à estação a fim de pegarem o trem que os levaria para suas residências. Foi neste exato instante, quando estavam a entrar na estação, que foram surpreendidos por uma galera composta por uns 9 jovens, aproximadamente.
- Fiquem quietos, os dois – disse o que parecia comandar a quadrilha – vamos levá-los conosco.
Christian desesperou-se.
- Vão nos levar aonde? – Perguntou aflito.
- Cala a boca, verme... – falou o chefe – vamos levá-los para onde eu quiser. Nem mais uma palavra. – Ordenou.
Thiago estava completamente em estado de choque, não sabia o que dizer ou fazer, obedeceu como um autômato.
- Levemos um só – aconselhou um dos marginais – dois é muito para o nosso pasto.
- Ideia aprovada – concordou o que parecia ser o chefe – deixemos este, leve este outro para o carro.
Levaram Thiago que não esboçou qualquer reação. Christian, ao ver-se livre, tentou correr, mas foi impedido por outros deles.
- Deixe que a gente se vá, depois você corre. – Avisaram.
Logo em frente à estação surgia uma vã e todos entraram no automóvel, tendo Thiago como refém. Num átimo o veículo sumiu sem deixar rastros. Foi então que Christian gritou, gritou e, em torno de si, grande multidão se formou.
- Calma, garoto – pediu uma moça – conte-nos o que está acontecendo.
Mesmo gaguejando devido ao seu estado emocional, Christian conseguiu relatar tudo o que se passara.
- Foi um sequestro – afirmou um senhor de meia idade – e você, menino, foi testemunha ocular. Por favor, venha comigo à delegacia, vamos fazer um Boletim de Ocorrências. Você conhece o jovem que foi levado?
- Sim, - confirmou Chris, nervoso – trata-se de um amigo da escola.
Christian chegou à delegacia em companhia do cidadão e da moça que falara consigo, inicialmente.
Mostrando-se profundamente nervoso, Christian tudo revelou ao delegado que, de imediato, fez a ocorrência e buscou entrar em contato com os pais de Thiago e, em menos de 40 minutos, estavam na delegacia. Christian ainda por lá se encontrava e foi quem tudo retratou ao senhor Ayala.
- Então vocês estavam se dirigindo para casa? – Indagou senhor Ayala.
- Isso – confirmou Chris – todos os dias voltamos juntos, pois, moro no bairro Leste.
- Foi em sua casa que Thiago esteve ontem à tarde?
- Foi. Ele passou a tarde de ontem a ensinar-me espanhol – disse Christian .
- Quem são seus pais? – Inquiriu o delegado.
Christian nomeou os pais e, para sua surpresa, senhor Ayala conhecia seu genitor.
- Conheço seu pai – afirmou – não somos amigos, porém muitas questões bancárias já resolvemos juntos.
- Cheguei a imaginar que o senhor o conhecesse, isso depois que Thiago contou-me que é gerente de banco – confirmou Chris.
- Espere-me ali na sala de visitas – pediu senhor Ayala – levá-lo-ei em meu carro até sua casa, contudo antes necessito confabular com o delegado.
- Sim – concordou Chris – eu o esperarei.
Após um longo diálogo com o delegado e o comissário, senhor Ayala tomou conhecimento quem eram os sequestradores de Thiago.
- Só nos resta agora esperar – afirmou o delegado- essa turma de 9 garotos que sequestrou seu filho fugiu do alojamento onde estavam presos após uma rebelião. Roubaram uma vã e, nela, levou Thiago. Certamente vão entrar em contato a fim de exigir algum resgate. Estão armados, são perigosos e, caso se sintam perseguidos ou ameaçados, podem cometer alguma maldade com o refém. Toda cautela é necessário. Melhor o senhor ficar em casa, talvez eles busquem contatá-lo e é bom estar presente para atendê-los. Deixe-nos informados caso eles liguem. Se Deus quiser, haveremos de solucionar este caso o mais depressa possível.
Senhor Ayala retirou-se e, como prometera, levou Christian para casa em seu carro.
- Senhor Ayala, por favor não me deixe sem notícias, Thiago é meu melhor amigo.
- Está bem – concordou senhor Ayala – qualquer novidade eu ligarei para você.
- Obrigado – agradeceu Chris – este número é o do meu celular e, este outro, é o da minha residência.
- Até logo – despediu-se senhor Ayala – Oremos a Deus para que nada façam de maldade ao meu filho.
- Até logo, senhor Ayala.
As horas de passavam e nada de notícias de Thiago Castillos. A vã era dirigida por um rapaz de 17 anos, perigoso delinquente do bando. Guiara por algumas horas rumo ao interior e saíram da rodovia e pegaram uma estrada de barro. Pelo caminho de barro dirigiram por mais uma hora até chegarem a uma fazenda abandonada, coberta de mato. Desceram e entraram na casa grande, jogando Thiago no último quarto, onde só havia uma cama, mais nada. Posteriormente retornaram à sala, iniciando-se um diálogo.
- Que vamos fazer com ele, chefe? – Perguntou um dos bandidos.
- Estou a pensar, Clóvis, estou a pensar. Este garoto que nós trouxemos vai nos servir muito bem para algo que pretendo fazer – disse ironicamente – todos vocês vão querer ele, mas eu aviso, inicialmente ele será meu...
E todos caíram na gargalhada.
- Meu chefe vai fazer dele uma mulherzinha?
- Claro, Nenem – falou malicioso o chefe – ele alimentará nossa sede sexual.
Novamente todos gargalharam.
- Vamos – ordenou o chefe – vão 3 de vocês lá onde ele está e o deixem nu em pelo, logo aportarei lá.
E, assim, foram três dos marginais onde Thiago estava. Dois o imobilizaram e o terceiro o despiu completamente.
- Como você é belo, menino – falou um deles – vai saciar nossa fome...
- O que vocês farão comigo? – Thiago perguntou, desesperado.
- Você não imagina, cinderelo?
- Vocês não vão fazer o que estou pensando... não vão! – Thiago gritou.
- Ah, não? Logo você verá...
E, neste instante, o chefe entra no aposento já inteiramente despido e pronto para executar seus desejos.
- Segurem bem ele – ordenou – Esta presa vale ouro!
E consumou seus propósitos indecentes. Longo tempo passou, depois cedeu a vez aos outros e todos cometeram igualmente o mesmo crime.
- Muito bem – disse o chefe – levem-no ao banheiro e deem um banho nele, quero ele bem limpo e cheiroso. Ah, tirem suas roupas daqui, ele ficará o tempo inteiro como veio ao mundo, pois, quando me pintar a vontade, ele já estará pronto.
Thiago estava sofrendo barbaridade em mãos daquele bando. Três dias já fazia que ali se encontrava prisioneiro e foi então que o chefe decidiu.
- Chega! Enjoei – confessou – coloquem-no do jeito que está na vã. Vamos matá-lo e deixá-lo no meio do mato para que os urubus se fartem.
Thiago mal podia andar. Fora levado para o matagal conforme resolveu o chamado chefe, lá, recebeu dois tiros. Após os disparos, o bando entrou na van e se mandou dali. Só que os tiros dados chamaram a atenção de um jovem casal que passeava numa trilha perto. O casal buscou orientar-se de onde teriam vindos os disparos das balas e saíram a caminhar por dentro do mato. Adiante localizaram o corpo de Thiago, desnudo e baleado.
- Veja, Pollyanna – disse o rapaz – ele ainda está vivo. Fique aqui com ele, vou buscar socorro.
Poucos minutos depois, chegavam ao local vários carros da polícia e um helicóptero que socorreu Thiago e o levou para um hospital, imediatamente.
- Senhor Ayala, aqui quem fala é o delegado Pontes. Localizamos seu filho, está no hospital do Estado. Neste instante encontra-se na sala de cirurgia, levou dois balaços no ombro. Ficou constatado de que foi vítima de brutal estupro. O senhor necessitará, logo que se restabeleça da cirurgia, levá-lo a um tratamento psicológico. O garoto está num estado deplorável.
- Obrigado, Dr. Pontes, estou indo neste instante para o hospital com minha esposa – agradeceu senhor Ayala.
Imediatamente depois que ligou para senhor Ayala, o delegado Pontes recebeu um telefonema de um dos seus policiais.
- Dr. Pontes, identificou-se o bando de garotos marginais, graças ao casal que socorreu Thiago Carrillos. Eles haviam tomado de conta de uma propriedade abandonada no quilômetro 180 da rodovia Setentrional. O referido casal nos informou que há alguns dias percebera a presença de uma vã lá estacionada, pois, fazem trilha com frequência. Forneceu-nos todas as pistas. Organizamo-nos e tentamos invadir o lugar, porém eles nos notaram e fomos recebidos a bala. Houve intenso tiroteio e o resultado final é trágico: perdemos um colega com uma bala na cabeça, mas também os 9 fugitivos foram todos mortos. Não houve como não matá-los, eles estavam fortemente armados. Não sei como houveram de conseguir tantas armas e munições. Isto é tudo. A imprensa está em cima, querem detalhes de toda nossa operação.
- Nada falem à imprensa, por enquanto. Eu mesmo marcarei uma entrevista coletiva e os deixarei informados de tudo. – Pediu Dr. Pontes.
- Suas ordens serão cumpridas – disse o policial e desligou o telefone.
FIM DO CAPÍTULO III

 
Autor
imelo10
Autor
 
Texto
Data
Leituras
575
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.