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Punhal vivo na escultura da pele \'\'Parte 2\'\'

 
Somos almas perdidas para lá de outra vida, perdidos, perdidos para sempre, a morte está esperando um coração, está esperando para ascender a sua glória, a morte, a morte, que antes alcançou o sol, que antes alcançou a lua, nesta miserável existência.

Por mais uma incógnita de meu tempo, aqui estou eu, continuando a tentar entender, como eu sobrevivi, nesta solidão, nesta melancolia nesta merda de infância, que ainda sobrevive em minha mente, todos nós carregamos pedras no nosso fardo de lembranças.

Para vocês eu falo, para o nada que eu digo, digo, que o fim do meu tempo, vai me mostrar o caminho da alegria, vai me mostrar os meus ecos de paz em minha última noite, antes do amanhã de um dia cinzento, sem mim, sem mim, que talvez as estrelas me vão levar para a céu, para meu templo do medo sem fim.

Assim me vou mantendo, nas lágrimas do meu sorriso, no sorriso do meu choro, vivendo uma categoria de resíduos sombrios, não serei aquela coisa que se faz de certo, mas serei aquela coisa, que vai tentar ver o que está certo, eu busco uma razão de viver, busco uma razão para renascer, em cada nova manhã, para que não existem duvidas, que não serei aquilo, que vai manter as palavras escondidas, já mais irei ocultar o meu nada, já mais irei ocultar o meu tudo.

Nada tenho do vosso tudo, tudo tenho do vosso nada, amo como sou amado, pela minha tristeza que nasceu, neste momento em que os deuses, passaram a ser simples lendas, de paz e guerra, aqui foi onde perdi toda a minha fé.

Estas escritas de dor, neste caminho de rancor, as lágrimas se tornam secas, meus olhos se tornam como deserto, queimando sua própria areia, sobre ela caminha as serpentes, como meu sangue em minhas veias, chegando a um lugar para viver.

Dentro do meu canto, pisando todas as pegadas, passadas, presentes, atingindo as futuras, vou vendo, adormecendo e sonhando, como somos fantasias doentias do vampirismo, em todos os dias de nossa presença na terra, olhamos ao espelho, um espelho sem reflexo, neste lugar que somos um juiz, pelas nossas peças de um jogo, culpamos, julgamos, como se fossemos diferentes, os melhores, no final de cada um, simples paredes de terra, permaneceram aos arredores, do nosso frio apodrecido.

Para sempre vou lembrando, para a paz eterna não esquecer, quero ficar longe destas paredes de terra, mas cair ao fogo, desaparecer dentro deste inferno, que muitos louvam, e todos temem, pouco importa depois de estar morto, mas na terra que padeço, não será a terra que me irá comer, pedaço em pedaço, como os restos deitados aos porcos.

Assim somos como marionetas, nas mãos do que não sabemos, silenciando que não vemos, revolucionando o que ouvimos, perdem a vossa fé, porque nada vai estender a uma mão, abrem vossos olhos, até mesmo um cego pode ver, que a felicidade é apenas uma ilusão, para enganar uma tristeza que é a dona da mais pura realidade.

E a realidade é que, os buracos negros não existem apenas no universo, como também nesta coisa, que chamamos vida... Em estes buracos da vida são piores, eles são invisíveis, como serão melhores, porque cada um de nós, os pode contornar, são as decisões que temos de tomar, decisões, se sugamos, ou se seremos sugados, e quando pensamos que tomamos o controlo das coisas, é sempre quando as coisas, já tomou o controlo de nós próprios.

Entro nesta luta, para ser o consumo de mim mesmo, não estou no mais alto, não estou no mais baixo, não importa o que somos, não importa o que temos, a intelectualidade é zero ao lado de quem vive, com toda a certeza em meus olhos, com todos os sentidos em meu coração, eis o meu olhar, eis o meu sentido, que.... O maior sábio nunca será, aquele que constrói um avião, mas será sempre, aquele que saberá os lemas da vida.

Em mais um momento de espera, finalmente a noite que chega, para encontrar o que anseio, no silencio que renasce abraçando o vazio, me confortando sem respostas, nada que prevaleceu, nem céu que me reclama, não existe um pensamento que atinja, para continuar perdido em retorno, alcançando a dor que me vai rasgando em pedaços.

Pedaços quebrados quebrando o meu nome, quebrando a minha identidade, neste amargo do sabor deste pó que me reclama, neste final dessa recordação, serei o culpado, um culpado do nada, um culpado de minha própria presença, o culpado de tentar ter o que não conseguirei.

Serei este culpado, para este merecido perdão, ou não... Talvez não tenho de o ter, ou talvez serei o digno dos condenados dos fracassos, na confusão se serei um perdoado ou não, se estou certo ou não, nesta magoa que irei carregar em meu coração.

Onde desejamos terminar o nosso nome, de onde um amor morre, amor de nós mesmos, amor para qualquer coisa, factos perdidos esperanças que se acaba, todos choramos em silencio, nem todos mostram suas lágrimas... Pensando que, a miséria não é na pobreza, mas no vazio da maldade dentro de um coração!

E por todas as vezes que me sinto fraco, sento me na doçura de um cigarro, olhando o jardim recheado de raízes adormecidas, recarregando as minhas forças, que... A tristeza é como uma rosa, agarrada aos espinhos... Existe a beleza vermelha!

A vida não seria vida sem espinhos, espinhos não seriam vivos sem o vermelho da esperança, com o nosso sorriso para um infinito que se alcança.


Hugo Dias 'Marduk'

 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/05/2014 19:01  Atualizado: 26/05/2014 19:01
 Re: Punhal vivo na escultura da pele \'\'Parte ...
Poeta,

Um belo texto!

Muito bom!

Gostei!

Beijos,

Anggela