Estranho o estro qu'esta vida consumia
Exótico o sabor que as palavras trazem
Distante o olhar só que só elas me dão
Num poema meu e teu que se escrevia
Entre dois amantes que do amor fazem
O dia e a noite com perfume de paixão
Profana deidade que ainda me enfeitiça
Estúrdios passos qu'apressam o abismo
Das minhas grotescas negras quimeras
Cores com esse sabor a inveja e cobiça
Que se deitam no regaço do eufemismo
Podres qual infelizes lampanas sinceras
Insólitos poetas cantados com encanto
Ingratos que roubam o coração e a lua
Um sol e algum pedaço de quase nada
De cá só tu por lá andavas num pranto
Nesta voz bailada ao vento louca e nua
Nesse olhar trôpego de vida desenhada
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma