Desapareci
quando teu olhar se fechou em inverno,
e meu coração florescia, tímido,
como botão sob a neve,
na primavera da esperança.
Mergulhei no infinito
do abismo que és,
onde correntes frias abraçam a saudade,
e fiquei perdido
entre sombras líquidas e brilhos de lembrança.
Meu mundo se fez vasto,
mesmo em navios sem rumo,
atravesso rios de águas antigas,
onde o passado sussurra segredos
entre erros que queimam
e acertos que brilham como estrelas.
Nos mares turbulentos da vida,
às vezes cai a calma
como chuva leve sobre um lago adormecido,
um sussurro que toca a alma
e acalma tempestades internas.
Então apago as luzes da minha essência,
deixo a paz cantar sua melodia silenciosa,
que percorre cada veia do tempo,
cada dobra do pensamento.
Meu coração adormece…
E, junto dele, repousa
a saudade que é só tua,
intensa como a luz de um pôr do sol
que se recusa a se apagar.