Crónicas : 

Desesperanças diante da visão das velhas cabanas

 


Percebeu que havia chegado a hora. Aprumou-se compondo o traje e ajeitando a espada no boldrié. As paredes afastaram-se para que pudesse ver a multidão, nas alturas das nebulosas e livre de todo mal. Pelas encostas íngremes ouvir murmúrios dos líderes defenestrados do poder, dirigindo-se às nuvens para atender aos pedidos da tempestade.

Levava um feixe de raios e um rebenque de cinco tentos pendurado à ilharga, cerrando os punhos de quando em quando a guisa de uma fervorosa oração diante das ameaças do trovão e das crianças chorando. Exausto que estava mal percebeu as mulheres da aldeia com as cabeças cobertas por mantilhas deixando-se cair para trás sequer vendo brilhar o sol entre as nuvens da tempestade.

Impotente diante de visão das velhas cabanas resignou-se diante da realidade de poder encontrar um meio eficaz para evitar o desperdício de água. Ledo engano. Tão fúteis foram as andanças que, por isso e tudo o mais, há muito deixara de sonhar.




 
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FilamposKanoziro
 
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