Quando a morte chegar a mim com seu hálito negro, sebento, quero que as rosas do jardim sejam todas lançadas ao vento.
Quero que o beijo da morte leve-me para terras estranhas; eu serei um viajante obscuro, com tantas saudades tuas a queimar as minhas entranhas.
E canta o vento, em complemento, ele canta o início da jornada; por ti, amor amado, meu corpo seria abençoado na insensatez do que não é sagrado.
Molha o meu olhar mais uma vez, que em água benta foi afogado; e na minha boca, enquanto há lucidez, ainda quero teus beijos apaixonados.
Não quero agora que digas nada, quero ouvir apenas teu coração, com meu rosto entre teus seios, com teu corpo em minhas mãos.
Vou adentrar a fria madrugada; posso sentir o frio no coração, a palidez fazendo o seu traçado; quero de ti um último beijo molhado, que levarei comigo para outra dimensão.