Poemas -> Reflexão : 

Nas asas de uma gaivota

 
Já fui nuvem solitária
e voei em muitas latitudes,
fui arco-íris do pensamento
e sol escaldante de ansiedade
fui quietude trazida pelas mãos da brisa
e já me agasalhei com o manto do luar,
respirei fragrâncias de maresia
suspirei saudades reprimidas,
abracei ventos intempestivos
amei perfumes de doces rosas
e sofri mordidas de seus espinhos,
já fui seara de ideias coloridas
e estiagem de sonhos esmorecidos…

Sou a vontade que se solta de mim,
vencedor do obstáculo encontrado,
sou a força com que me invento
e o remanso da incompreensão adversa,
sou o mar que me leva pra lá do horizonte
e a bravura das ondas do meu retorno,
e ainda sou a acalmia da alva espuma
que me vem beijar nas horas de nostalgia…

E nas asas de uma gaivota,
levo-me pelo infinito,
cruzo a via Láctea serenamente,
penso-me um ser metafisico,
despojo-me da matéria que carrego
e sorrio à luz que me desperta do sonho

José Carlos Moutinho


 
Autor
zemoutinho
 
Texto
Data
Leituras
610
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/12/2015 20:43  Atualizado: 18/12/2015 20:43
 Re: Nas asas de uma gaivota
"Sou a vontade que se solta de mim,
vencedor do obstáculo encontrado,
sou a força com que me invento
e o remanso da incompreensão adversa,(...)"

Sem mais... Considero sua reflexão uma simbologia de quem conhece a si mesmo profundamente.