Poemas : 

Senhor do engenho - Lizaldo Vieira

 
Senhor do engenho - Lizaldo Vieira

Novamente as ruínas
De triste sina
Fedentina da chibata
A casa grande voltou
Aos cantos de onde nunca devia ter saído
Com ares de ruminantes
Revoltada
E desalmada
Como dantes
Muito atrevida
Cobrando com juros e correções
As cauções sociais divididas
Dos novos tempo
De quem um dia sonhou
Ver dividido
O misero latifúndio
Das léguas tiranas
Restos da bagaceira
Cheiro de cabaú
Da cana dura moída
O velho caxixi exalando
Mau cheiro do lodo
Voltaram
Com o ardido
E ardiloso bagaço do engenho
Novas praticas de escravidão
Nas correntes televisivas
Só massacre no ar
Bois e vacas aferrados
Estão aí
Pra aguentar
A volta dos babacas
Donos da canga
O pescoço e nosso
E vosso
Aperto na broxa
É poeira que assusta
O palheiro revoltado
Voando as soltas
Amarrem a chincha
Sela o cavalo
A jega
Do jeca
Todos somos burro
E boi de carga
Vai que é quente
Boi de piranha
Lombo de aguenta
Mais uma saraivada sistêmica
Atrevida
Violenta
Imprudência de coronéis sem patente
Fechem a porteira
Tempos de capataz voltou
Feito onda tsunamica
Dominando zé ninguém
Na corrente
Vazante contra a maré
Josés
Manes e Marias
Que as presas fáceis das senzalas
Acessem o zap das catracas
Pra dividir seus gritos
E agonias
Com quem piedade as tenha
Do pesado madeiro
Desses pobres Cirineus...



Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
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Lizaaldo
 
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