Poemas : 

Todo detalhe é pouco - Lizaldo Vieira

 
Todo detalhe é pouco - Lizaldo Vieira
Com tanto com a chave do cofre
Só o povo fica no vinagre
Nessa hora o cego desconfia
Quando a esmola perece grande
Porque será que a mesa
Tá mais cara
Para estamos vivendo
A pão e agua
Então enganaram
A plebe
Com a tal limpeza
Da área
Trocaram nada pelo pior
Pra permanecer
No mesmo mané luis
Porque o poço do bobo
Só seca
A vida perece
Para o homem errante
Retirante
Fugitivo da desgraça
Vem em quando
Tarda mais volta
A fome feroz
Nas zonas setentrionais
É garrafa vazia
Latinha de serva
Panela velha
Que não faz mais a comida boa
Virando sucata
Uns trocadinhos
Não sobra
Como garantir a pinga
Pra distrais as lombrigas
Tem bêbado na praça
Reclamando das desgraças
Que empurram os desvalidos
E o caxixe banhando o rio
Onde o peixe padece
E a água apodrece
Enquanto o licenciamento esconde tudo
Lá das festas juninos
Descamba gente sonolenta
Alegres e descontentes
Depois do show de safadão
Ainda bem são João não dormiu
Mais são Pedro jura não mais derrubar
A última árvore das atlânticas
Na mata do junco
Com o bolso vazio
Tem gente recorrente
Aos últimos vinténs
Da bolsa família
Quem diria que um dia
Ninguém mais tomasse
Lambedor de jurubeba
A cura da coqueluche
Anda mais difícil
Veja só essa
Morre o cavalo
Para o bem do urubu
Com dona cabra
Jogador o bode no olho do mundo
De onde vem o esquema que faz golpistas tupiniquins
Revogar uma democracia formação
Nas plagas de bananas
Quando não chove no sertão
Asa branca bate asa
E urubu só fareja
Osso velho
Na festa de beiju
O mais caro é a tapioca
Da loura do Augusto franco
Ninguém fala mais nada
Tem previsões que ela
Vai voltar
O mastro de capela
Seria um rito de homenagem
Ao falo?
O certo é festejar
Pedro
João
Antônio
Santana
Enquanto houver
Milho
Forró e amendoim
Pois se termina são
Muita gente chora
Aracaju é terra boa de viver
Tudo mundo que chega
Não quer mais sair
Enquanto Sergipe
Não for caminhão
Também vou ficando por aqui
Apesar do feijão
Pela hora da morte


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
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Lizaaldo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/07/2016 17:12  Atualizado: 01/07/2016 17:12
 Re: Todo detalhe é pouco - Lizaldo Vieira
E nem chega perto das desgraças dos últimos tempos.