Sonetos : 

AS FLORES DE ABRIL

 
Navego no vago oceano das palavras
Que borbulham em minha alma tão sutil
Na terra-mãe, que me pariu em sua lavra
Plantei flores d'orvalho ao mês de abril...

Eu quero o vaso primitivo do meu berço!
Aquele que muitas noites, mamãe embalou
E perfumada alma, corpo e creio...
Que desta flor queixosa meu peito achou!

Um ramalhete forte em flor vivente
Ganhei do meu berçário à ternura
E quis levar às mãos sobrevivente...

A alma, que o passado em vil tortura
Se creio que o meu mundo é somente
Um vago vaso incluso às loucuras!

(Ledalge,12/03/2008)


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/03/2008 00:31  Atualizado: 13/03/2008 00:31
 Re: AS FLORES DE ABRIL
A primeira quadra tem uma melodia imensa. A rima "subtil" e "abril" ficou muito bem.

Por fim é interessante verificar que o último verso foi contruído com termos utilizados anteriormente ("vago vaso"); e mais a aliteração.

Parabéns por esses aspectos L!