Poemas : 

voo

 




descalços
vão sonhos
desapertados
de percalços
de calçados

desmodelos
nos cabelos
vento
de invenção
trejeito
de aluvião

vão-se passos
em compasso
de braços
erguidos
aguerridos
...
vou
de pássaro


Inconstante...

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MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
Carii
Publicado: 05/09/2018 20:16  Atualizado: 05/09/2018 20:16
Membro de honra
Usuário desde: 28/11/2017
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Mensagens: 1962
 Re: voo
... gostei da sensação ao ler. Levitei ao ler os teus versos. Muito bonito! Abraço.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 06/09/2018 10:31  Atualizado: 20/09/2018 15:07
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2302
 Re: voo
Se juntarmos António Gedeão e Rui Chafres encontramos ligações de artistas consagrados com o teu poema.

Na "Pedra filosofal", "...eles não sabem nem sonham / que o sonho é uma constante da vida / tão concreta e definida / como outra coisa qualquer..." do primeiro com o "...só o que é livre e leve pode voar..." do outro trazem-nos a esse ilimitado mote.

Talvez apenas o amor seja mais cantado.

O voo para o Homem é coisa recente.
Até há um século ou dois atrás era um sonho voar.
Da Vinci projectou desenhos com asas articuladas, mas apenas com os motores de combustão interna é que aviões se tornaram "...aluviões...".

Acho as estrofes muito delicadas, na métrica curta e na rima suave.

O sonho como o amor pode ser repetido à exaustão que não cansa.
E sim, é obrigatoriamente livre, solto, motor dos inventos e cheios de vida.

Se sonhar não basta, a terceira estrofe dá a fórmula para o atingir.

A metáfora em "...vou de pássaro..." foi bem conseguida, porque o efeito natureza coloca o voo num espectro mais puro e natural. Selvagem até.
Qualquer outra "boleia" (parapente, asa delta, avioneta) tiraria impacto.

Sonhemos então...

Bj