Entre o brilho das bordas
dos castelos prateados,
onde brancas nuvens dançam
pousadas nas negras
pedras da montanha
de sopé com cerração.
Meus olhos viram.
Raios fantasmagóricos
rasgando o céu,
rompendo em esplendores
dourados de sol inda
morno e sonolento...
`hoje choveu de manhã`
A mata alta ainda dormitava,
havia o verde na penumbra.
Iniciado o chilrear da passarada,
destaque o canto do bem-te-vi.
Sempre ele, o bem-te-vi.
Bem-te-vi... Bem-te-vi...
E o sol deslizou manhoso.
Na mata breu, o verde nasceu,
verde molhado porque choveu.
Choveu, molhou, inda assim coloriu.
Coloriu depois que amanheceu.
Sorriso de pouco tempo...então;
O sol cresceu, o sol ferveu,
secando o verde da mata, queimou.
Morreu, e a passarada morreu,
morreu toda a passarada
na terra que não mais choveu.
Sofri, sofri, quanto sofri!
Pois a seca não cedeu.
Só mais longe é que choveu,
voltou o verde da mata breu
Não voltou a passarada,
mas um canto me fez sorrir,
só meu.
Ele voltou, não morreu.
Não morreu o Bem-te-vi.
Bem-te-vi... Bem-te-vi...Bem-te-vi...