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TODAS AS PESSOAS - singular terceira pessoa

 
Tags:  SONETOS 1994  
 
singular terceira pessoa

O NARRADOR

O poeta à musa canta e encanta co'o cantar.
Na luz em seu olhar, dá ao canto arte e engenho...
Crepita pelo peito um abrasado lenho,
Enquanto sente o ardor da musa a lhe queimar.

A musa ao poeta conta aonde o amor vai dar.
Devendo a arte à verdade ainda mais empenho.
Ser personagem ou mais belo no seu desenho,
À vera é ser mentira, 'inda que bela ao olhar.

O poeta lança a flecha às vastas soledades,
Tentando haver a musa entre belas mentiras,
Para lhe afagar o ego a ver suas vaidades.

A musa torna a flecha e o faz arder em piras,
Ferindo-o, ela fez d'amor e o amador verdades,
Ao pôr o poeta a ouvir uns acordes de liras...

* * *


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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