Por estas paisagens oníricas
Nada resta de um amor insepulto
Que brilhou mais que a luz do dia
E num momento de espanto e dor
Do que era tudo, restou o nada
O vazio, a frase impronunciada
O grito de raiva apenas engasgado
A vida não é para sempre, eu sei
Eu já sabia... mas porque tão cedo
Por duas folhas de um calendário
Com números ainda sem o X
Como saber que depois de 700 dias
A hora da morte já é legítima?
"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)