Poemas : 

As Asas Azuis

 
Com asas negras como carvão varo noites sem estrelas
Quando a quietude envolve a cidade que reluta dormir
Olho alerta para as voltas que o ponteiro do relógio dá

De asas abertas a planar no breu do céu sobre as ondas
Não penso em nada mais urgente que voar sem destino
Apenas ser feliz, estar tão seguro de mim, quanto de ti

Para as asas que palpitam, do alto, tudo são só formigas
Que querem viver sua vida, sem esperar pelas calmarias
Que o tempo ensina não se mata sede com água salgada

Às sonoras asas da voz que sibila ao vento a me chamar
Não desejo um mar sem ondas nem uma tarde sem brisa
Quero meu barco singrando as ondas sob o azul celeste

As asas mortas hão de ressuscitar, novas, reinventadas
Qual a quem se prometeu o futuro, a taça deste canto
Menestréis sem fronteiras, livres das paredes da ilusão

Porque não vens comigo? Decidas agora ou nunca mais



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/11/2021 22:09  Atualizado: 04/11/2021 22:09
 Re: As Asas Azuis
*

"De asas abertas a planar no breu do céu sobre as ondas
Não penso em nada mais urgente que voar sem destino
Apenas ser feliz, estar tão seguro de mim, quanto de ti"

Vesti-me desses versos de tal forma, que ergui a fronte aos céus e pedi ao Criador a graça de ter um momento assim, no meu humilde olhar, de plena felicidade...

Tua poética alcança-me. A riqueza descritiva, as metáforas que nos permitem divagar, cada um no seu universo, a riqueza de sentidos e sentimentos...tudo exubera.
Fã!
Beijoka*