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Hoje

 
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Hoje

Hoje há cor do sangue nas nuvens densas
Trago no sentir bem menos que tu pensas
E eu caminho sem que eu veja incoerencia

É como estar amortecido pelo tempo
E todo o sofrimento estivesse ausente
Este céu de sangue me é indiferente

Para nos homens não há mais o consistente
Para refletir ou parar o sistema
Na trama que é tão maior quanto envolvente

No mundo que se deve sempre ir em frente
Não parar, pois este vírus é só para os impuros
Porque o céu é a última fronteira fatalmente

Nada dura sob as pedras ou os muros
Onde o cheiro da pólvora nos oprime
Sem pensar apenas se range os dentes

Quando todas as verdades são indecentes
Fecham os olhos para não ver o escuro
Por isto ando procurando o que transcende

Entre o branco e o azul há muitas cores
Mas na desolação o que impera são as dores
E nos fechamos os olhos para estes horrores

É pena que o perfeito seja inexistente
Ou apenas é como vemos o assunto
O conjunto não vale nada infelizmente

Quando todas as aves do mundo voarem
Tudo acabara e não restara nenhum arbusto
Mas no céu ressurgira o azul e branco

Então estarei caminhando e procurando
o chão sem saber o que eu busco

Alexandre Montalvan

 
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montalvan
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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 14/04/2021 11:54  Atualizado: 14/04/2021 11:54
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 Re: Hoje
Este poema surpreende pela mudança de tom otimista que lhe é peculiar. Mas não surpreende manter a qualidade dos demais. Os versos traçam a história de uma visão realista dos tempos que vivemos. Parabéns.