Poemas : 

Avatar

 
Surpreendo-me quando me dou a pensar em mim
Longe do lugar onde estou
A uma distância reveladora e lúcida
E este pensamento é tão sólido
Que quase me sinto humano e físico
Quase consigo respirar.

Mas o pensamento é uma dimensão
E lá, sei-me apenas imagem
Avatar da minha inconsciência
A viver uma breve ilusão
Uma existência de controlo remoto
Num mundo fraccionado, fabricado para o efeito
Onde amor, liberdade e respeito
Não passam de palavras vazias
Realidades para experimentar e sentir
Quando voltar a mim e acordar.

Mas que me importam esses pensamentos
São só dores de crescimento sem corpo
Longe do lugar onde estou.





Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
Autor
silva.d.c
Autor
 
Texto
Data
Leituras
972
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
12 pontos
4
4
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/06/2021 01:31  Atualizado: 07/06/2021 01:31
 Re: Avatar para Nuno
Mesmo sob espectro, sob realidades alternativa das quais criamos quando pensamos em "criar" o quê nós alimenta, ainda assim, penso que palavras no serão vazias, assim
Mas

Citando:

Mas o pensamento é uma dimensão
E lá, sei-me apenas imagem
Avatar da minha inconsciência
A viver uma breve ilusão


Tudo é sempre relativo, né



Um abraço, meu amigo!


Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 10/06/2021 18:10  Atualizado: 10/06/2021 18:10
Administrador
Usuário desde: 14/08/2018
Localidade: काठमाडौं (Nepal)
Mensagens: 2221
 Re: Avatar
Certa vez, fiquei tão deslumbrado ao ler "Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras"(*) quanto fiquei agora ao ler: "A viver uma breve ilusão, uma existência de controlo remoto, num mundo fraccionado, fabricado para o efeito, onde amor, liberdade e respeito não passam de palavras vazias"(**).
Deve ser a sensação de uma profunda realidade que teus versos expõem.




(*Thiago de Mello - Estatutos do Homem)
(** Perdoe-me a adequação para citá-lo)