Poemas : 

À alma, sempre a fome #.#.#

 
.





À alma, sempre a fome



... e nada foi dito apesar do longo discurso.
O fio, rompido várias vezes,
Impedia o trânsito das ideias.
Loucos são assim, impávidos e necessários.

O beijo é uma linguagem sob o céu púrpura,
E o que diz a língua faz tremer o corpo,
O segredo será guardado e até esquecido,
Nunca se sabe o conteúdo daquele diálogo.

Ponderamos, interpretamos e seguimos,
Mancando, caminhando à custa de promessas,
Feito condenados, trôpegos, imbecilizados...
E nada mais importa, nem o saber abrindo portas.

O adubo químico prepara o solo anêmico,
As flores, artificiais, belas e venenosas,
Vão enfeitando as casas de todos os leprosos,
E, nada pode escapar à sanha daqueles que têm fome.





Milton Filho...
 
Autor
Srimilton
Autor
 
Texto
Data
Leituras
748
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
7
3
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/06/2021 16:55  Atualizado: 20/06/2021 16:57
 Re: À alma, sempre a fome #.#.#
Um poema misterioso, podendo ser visto e sentir .

Enviado por Tópico
iLA
Publicado: 27/05/2025 22:06  Atualizado: 27/05/2025 22:06
Colaborador
Usuário desde: 25/11/2024
Localidade: Brasil
Mensagens: 736
Online!
 Re: À alma, sempre a fome #.#.#
....
....
..

O mais triste que a maioria dos leprosos não têm consciência que estão doentes e muito menos que perderam o olfato, nem sentem o cheiro da morte exalando das flores de plástico tão estrategicamente arranjadas.

Esse seu texto grita uma verdade espantosa que alguns raros ainda conseguem enxergar, os demais... São só ossos se desmanchando em poeira esquecida pelo tempo.