Poemas : 

Primeira elegia ao caos

 
Olha, tu que te achas no pedestal, o abismo que te cerca
Veja a verdade brilhar qual um texto iluminado em neon
Percebe que tua queda poderá vir com todos os fragores
Das hipérboles espirais que com certeza vão te encontrar
No aço dos espelhos antigos que deixaste nosso espanto
Tu que abdicaste das delícias de nosso orgasmo perfeito
Para viver na ilusão de um universo de beleza imaginária
Saibas tu que o mesmo veneno que lançaste pode voltar
Pois tudo foi dito em parábolas que não quiseste escutar
Olha por fim que o paraíso não espera, mas conquista-se
Nada é infinito e o que era só teu pode um dia evanescer
Vê afinal que não há mais nada de mim neste verso vazio
Senão o adeus, sem imagem, perfume ou sabor, só o fim



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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