Poemas : 

só um adeus

 
a compleição forte, própria de jeito gentio, não lhe disse muito do norte. o engano revestiu-se de malhas profusas e fendidas.
encostado a paredes velhas e rugosas, em demanda que rasga a roupa, lá foi andando sem que vislumbrasse qualquer curva. havia. se as visse, acompanhava-as numa tendência natural de seguidismo. não viu nenhuma mas
estavam lá.
confiou que estava certo e que o sentido acompanhava a direção. asneira pura. em rima direta, não acertou e deitou-se na berma agarrado aos ciprestes crescidos e ao mármore molhado pela cacimba.
com uma garrafa de aguardente quase vazia na mão e a boca seca como parceiras, recordou devaneios de que nem tinha de memória. há coisas tristes. coisas que não vêm nesta ou noutra história. olhou-se, ainda matacão, desfeito em pedaços comuns ao que era a aparência. impacientou-se por não os conseguir juntar e por nem sequer conseguir adormecer de vez. o liquido também era dele.
a erva viçosa onde se aconchegava disse-lhe que não se importava mas que aquilo não era forma de se dar. mas o que fazer? talvez esperar.
as pegas esvoaçavam atentas aos anéis que prometiam descartar-se os dedos.
e remédio não havia.
esperou, esperava e ainda espera.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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