Poemas -> Tristeza : 

No frio da noite

 
No frio da noite senti que devia
Percorrer o mundo em dois passos apenas
Um para ir, outro para voltar
E aqui estou de novo
Na densa escuridão deste nada
Parado a imaginar
Que o tempo poderá algum dia ser controlado
Que o crime que cometo não o é
Mas volto a cair sobre mim mesmo
E descubro o que não queria
Vejo o que nego
Minto
Vejo o que me espera e que não irei negar
Amolecer até ao nascer do sol
E acordar para outro dia
No termo de gravidade em que me arrasto
Quem me dera ir num pé e não voltar
Guardaria o outro passo para o nunca
Oferecê-lo à eternidade
E deixá-lo arrefecer no frio da noite
Esquecê-lo na felicidade
Tanto que quero perder e ganhar emoções
Mas acabo por cair nas tentações que comandam o meu fraco poder decisivo
E deixo de me sentir vivo e tropeço de novo
No buraco que escavei.


Obrigado a tudo o que me inspira.

 
Autor
Ruben
Autor
 
Texto
Data
Leituras
2193
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Le Tab
Publicado: 14/02/2007 16:18  Atualizado: 14/02/2007 16:18
Membro de honra
Usuário desde: 02/02/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 1458
 Re: No frio da noite
Mais vale tropeçar no buraco e voltar a sair e saber que andou, do que estar parado e ver a vida passar entre os dedos, passando anos sem nada fazer.

Enviado por Tópico
Valdevinoxis
Publicado: 14/02/2007 16:30  Atualizado: 14/02/2007 16:30
Administrador
Usuário desde: 27/10/2006
Localidade: Aguiar, Viana do Alentejo
Mensagens: 2097
 Re: No frio da noite
Depois de um início brilhante como:

"No frio da noite senti que devia
Percorrer o mundo em dois passos apenas
Um para ir, outro para voltar
E aqui estou de novo..."

Frustraste-me a espectativa. Estava à espera de outro tipo de composição. Mas quem sou eu, senão quem lê?

Valdevinoxis