Poemas : 

Nada

 
Meu primeiro gesto foi romper os grilhões do desespero
Encontrar as chaves para não voltar a errar ou me iludir
Mas antes eu precisava esquecer, quem eras e quem fui
Mas a semente de meu coração ceifado, enfim frutifica
A ironia é saber que tu dizes, que perdeste mais que eu
Será que faltou do céu que dizias: véu cinza de palavras
Não tens moldura bastante para exibires fictas pinturas
Daquilo que nunca viveste, do amor que não entregaste
Quiçá tivesses visto o meu olhar refletido na tua espada
Verias que minha arma é a verdade, minha defesa a asa
Acordo a cada dia, com a boca amarga do que não disse
Apenas por querer não te magoar, só por ser verdadeiro
Gastei muito tempo para pôr em pé meu corpo dolorido
Quando 0 silêncio atroz vestiu o lugar da rosa vermelha
E agora é hora de caminhar, deixar a melancolia de lado
Recobrir todas paredes com pastilhas coloridas e cantar
Aliviar o coração desintegrado do dia a dia de segredos
De olvidar este quase luto, corroído de tanto tormento
Pois cerrei os olhos e teu grito já não me queima a alma
Abdicaste do abraço e das palavras, esse nada só é teu



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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