Deixa-me que te pergunte.
Onde fica o vazio?
Já sei, mesmo aqui dentro das minha mãos, do caos que nunca vivi,
Dos mortos que caem ao meu lado nesta guerra alucinada.
Que fiz eu?
Limpo as lágrimas, guardo-as num saco descartável, à espera de serem recicladas até
ao próximo luto,
e depois voltarei a subir ao céu à procura dos meus restos.
Deixa-me que te pergunte?
A que horas parte a dor?
Conceição Bernardino