Latifúndio

Com efeito, caríssimo, é preciso falar sobre!

Abraços, RicardoC.

Muito me honra, caríssimo, ter-te inspirado com o tema d'este soneto a escrever a respeito da expansão exagerada das cidades mediante a ganância especulativa. Nossas sociedades, tão obcecadas com a eficiência em responder demandas futuras supostas, sacrificam o presente em nome de algo parece nascer velho.

Encanta-nos o progresso e a transformação dos espaços, ainda que se construa para a ostentação e para a exclusão. Enquanto isso, o urbano e o agropecuário avançam, predadores, sobre florestas e cultivos tradicionais. A olhos vistos, territórios são perdidos para a megalomania de certos "visionários".

Entre aplaudir ou vaiar, eu lamento e torço para enxerguem o valor do que estamos todos perdendo enquanto uns poucos ganham.

É isso.

Abraços, RicardoC.

Em tempo: Talvez esteja sendo ingênuo com tal posicionamento, mas também não me parece absoluto esse desejo de se extrair riqueza a qualquer preço.

Com efeito, caro Alemtagus.

As imensas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte se encontram edificadas sobre antigas áreas de floresta húmida fechada, a mata atlântica. Arrastam em seu entorno vastas regiões excessivamente transformadas pela acção humana: selvas cinzas de pedra, concreto e asfalto.

Compreender que os territórios naturais e cultivos tradicionais perdidos para a especulação imobiliária — ruralista e agroexportadora, a princípio; metropolitana, por fim — demonstram no Sudeste brasileiro o inelutável futuro da Amazônia, entre megalópoles e expansões agrícolas.

Vivo n'um país muito menos bonito do que aquele em que nasci, infelizmente.

Abraços, RicardoC.