Poemas : 

Náufrago (29ª Poesia de um Canalha)

 
Estranho este caminho que em meu entranhaste
Num cruzamento paralelo de dois ou três passos
Onde fui só ali atrás morrer um pouco e volto já
Sinistro este sorriso qu'assim esquecido amaste
E salgavas nesses teus mares de tantos abraços
Com medo de medos e a loucura que isso me dá

Velhos faróis quando se calam matam os barcos
Tropeçam em noite escura de vagas sem destino
Atiradas contra os peitos da tua praia já deserta
De ventos fracos e nuas estrelas de bons marcos
Os náufragos que nos choravam num tom divino
Mas olha, deixas-me estar na tua janela aberta?


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Benjamin Pó
Publicado: 09/09/2024 20:19  Atualizado: 09/09/2024 20:19
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 Re: Náufrago p/ Alemtagus
.
A indagação final sugere a esperança de quem se perde no trilho que escolheu (ou por quem foi escolhido), cansado pela insistência da memória, que se fixa em momentos especiais que tendem a ser esquecidos. Há que encontrar novos destinos e novos caminhos que a ele conduzam e, muitas vezes, isso não é feito em solidão, mas com a ajuda de quem está disposto a nos franquear espaços que se encontram à distância de uma janela para outros horizontes.


Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 12/09/2024 18:47  Atualizado: 12/09/2024 18:47
Da casa!
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 Re: Náufrago (29ª Poesia de um Canalha) /Alemtagus
-
Olá Alemtagus.
Que maravilha de poema foste escrever... E está visto que tens de arranjar um faroleiro.
Mas conseguiste juntar tempos verbais diferentes e ficou muito bem, com uma cadência muito bem suportada e alguns versos sublimes. Gosto especialmente da 1a sextilha. Parabéns. Adorei ler. Obrigada.

Ab
Beatrix