Sinto plenamente,
Que ainda vives em mim,
O que me dá forças e alento para me,
Continuar a arrastar.
Mas em direção...
A quê?
Ao vazio?
Como poderei eu,
Encher o vazio de …nada.
Durante alguns tempos,
Ainda sonhei acordado,
De que havia alguém,
Capaz de tomar por emprestado o teu lugar,
De ser a tua sósia de corpo e alma.
Mas foi uma pura ilusão
O curto tempo mostrou-me que tinhas razão…
Só se muda quem quer mudar.
Nada te afasta de mim.
É talvez esse,
O meu cruel destino,
Deste-me a liberdade,
Suplicaste-me inclusive,
Que vivesse pelos dois,
Bem sei que atraiçoei,
A minha palavra,
Quando te prometi… que sim.
Hoje, nos rasgos de memória,
Lembro-me de que poderia ser bem diferente,
A nossa história.
Lembras-te de quando,
Subíamos ao céu e voltávamos num instante?
Diante de quem quer que fosse,
Nada nos incomodava,
Vivíamos alheios a tudo.
Nem mesmo esses pardais,
Abrigados sobre nós,
Intrigados com a nossa estranha forma de falar.
Não quero fazer mais nada que contrarie,
A minha promessa,
Foste a única,
Que conseguiu efetivamente,
Destruir todas as minhas defesas,
Deixando por terra o meu exército sem eira nem beira,
Totalmente desnorteado,
A teus pés.
Diogo Cosmo∞
23-08-2017
DIOGO Cosmo ♾
Em memória da 'Cris' 1959-1979