Por vezes,
Ainda me vem à memória,
Todos aqueles grandes,
E bonitos sonhos,
De te querer levar ao altar.
Eu gostava de sonhar com isso,
E muito mais do que tu.
E sonhava em grande,
Já não havia mais espaço,
Para tantos convidados,
No meu sonho.
Mas tu meu Amor,
Dizias sempre,
No meio da tua simplicidade,
Fosse o que fosse,
Desde que fosse a meu lado,
Tudo ou pouco,
Ou mesmo nada,
Seria mais que bom.
Era muito difícil contrariar-te,
Bastava-te apenas um olhar mais profundo,
Para me faltar todo o ar,
E depois…
Depois…
Acabava sempre por beber,
Pacificamente todas as tuas palavras,
Como se fossem mel.
E eu continuava nos meus delírios,
Era mesmo tudo em grande,
Ambos vestidos de branco,
Como sinal de paz,
Para dois homens,
Há muito desavindos!
Cheguei mesmo a sonhar,
Que ambos nos levariam ao altar,
E que com um aperto de mãos,
Iriam ali enterrar,
Os seus machados,
Para sempre.
Quantas vezes,
Interrompias os devaneios,
Das minhas fantasias,
Com iniciais gargalhadas,
Que rapidamente se desvaneciam,
Num esgar melancólico,
Na constatação da realidade,
Do que seria impossível.
Mas deixavas-me sonhar,
Adoravas escutar-me,
Sabias escutar-me em profundo silêncio.
Se assim o desejasses,
Nada, mesmo nada,
Nada nos era impossível,
Neste sonho,
Meu amor.
Onde eu abria as minhas asas,
E tu deliciavas-te sorrindo,
A ver as diversas
Reviravoltas e cambalhotas que eu dava,
Para tornar esse sonho imperfeito,
Em algo de muito belo,
E imaculado!
DIOGO Cosmo ♾
Memórias de um passado muito distante, mas muito presente!